Thursday 9 January 2014

DO FENÔMENO BARBA

Eu uso barba desde daquela fase da adolescência em que achamos que a puberdade é uma maldição. No meu caso, apará-la nunca foi solução, os pelos nascem em profusão, tomando a extensão do pescoço até as maçãs do rosto. Há algum tempo tenho notado a adoção do visual por muita gente e daí comecei a pensar algumas possíveis associações com a figura desse “novo homem barbudo”. Eu entendia os pelos faciais como quase um código social, tendo em vista que historicamente a barba adquiriu diferentes conotações, passando pela política, religião e filosofia. Em tempos atuais, alguns aparentam transparecer pelo seu uso uma também forma de contestação e adoção estética que imaginei sair de um filosofar fresco, com referências culturais como o movimento beatinik, hippie e tropicália, rock, folk e indie music. Mas o que noto é que essa realidade não se conclui, no final das contas a barba foi simplificada a um acessório “fashion” e fetichizado, exercendo talvez a mesma função que o bigode e cavanhaque tiveram nas décadas de 70 e 80, eternizados na figura de Freddie Mercury. Adquirido significado mais insosso, mas ainda assim uma tentativa de expressão do indivíduo.

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